Nunca antes na história desse país as elites foram tão responsabilizadas pelas mazelas que nos afetam. Entre outras culpas, coloque na conta delas a responsabilidade pela internet lenta.
Ao apresentar seu plano de recuperação do Speedy à Anatel, a Telefônica argumentou que pode sim continuar vendendo o Speedy porque os novos clientes do serviço são usuários que vêm das classes C e D, têm máquinas modestas e baixam poucos dados.
O argumento baseia-se na lógica de que o boom de novos assinantes de banda larga é composto pelas classes populares, um tipo de usuário a fim de trocar e-mail, fazer pesquisas escolares, procurar emprego e, vá lá, subir umas fotos para o orkut. Por seu tipo de navegação, este público não detona a banda larga.
A responsabilidade recai justamente sobre as classes A e B, que debulham seus links com torrents, músicas e muito vídeo. Quando as elites decidem baixar Homem-Aranha 3 em resolução suficiente para rodar o arquivo em seu LCD de 42´´´, não há fibra óptica que aguente.
A Telefônica apresentou um argumento matador em sua defesa: nos últimos anos, o número de clientes do Speedy cresceu duas vezes, mas o tráfego de dados no mesmo período cresceu sete vezes! Com essa lógica, a companhia esperava poder seguir vendendo sua banda larga para os recém incluídos digitalmente - que afinal de contas não prejudicam a rede - enquanto tenta resolver a fome das elites por mais megabits de tráfego de dados.
A Anatel não caiu nessa conversa. Em evento em São Paulo, a conselheira da agência Emília Ribeiro disse para quem quisesse ouvir que a rede da Telefônica opera acima da capacidade. “A rede do Speedy está saturada e, desse jeito, não poderia ser oferecido nem de graça”, disse a conselheira, usando um vocabulário que não deixa dúvidas sobre a irritação da agência com o serviço.
As elites podem ter muitas responsabilidades, mas certamente não têm culpa de usar os megabits por segundo que contrataram. A própria Telefônica, aliás, usou como marketing durante muito tempo o argumento de que o Speedy não impõe nenhuma franquia de downloads.
A responsabilidade, nesse caso, é da própria Telefônica. E da Anatel, que deixou um serviço que ela regula chegar ao ponto de “não poder ser oferecido nem de graça”, como afirma a própria conselheira da agência.
Felipe Zmoginski - http://info.abril.com.br/blog/baixadefinicao/20090630_listar.shtml?177660
Ao apresentar seu plano de recuperação do Speedy à Anatel, a Telefônica argumentou que pode sim continuar vendendo o Speedy porque os novos clientes do serviço são usuários que vêm das classes C e D, têm máquinas modestas e baixam poucos dados.
O argumento baseia-se na lógica de que o boom de novos assinantes de banda larga é composto pelas classes populares, um tipo de usuário a fim de trocar e-mail, fazer pesquisas escolares, procurar emprego e, vá lá, subir umas fotos para o orkut. Por seu tipo de navegação, este público não detona a banda larga.
A responsabilidade recai justamente sobre as classes A e B, que debulham seus links com torrents, músicas e muito vídeo. Quando as elites decidem baixar Homem-Aranha 3 em resolução suficiente para rodar o arquivo em seu LCD de 42´´´, não há fibra óptica que aguente.
A Telefônica apresentou um argumento matador em sua defesa: nos últimos anos, o número de clientes do Speedy cresceu duas vezes, mas o tráfego de dados no mesmo período cresceu sete vezes! Com essa lógica, a companhia esperava poder seguir vendendo sua banda larga para os recém incluídos digitalmente - que afinal de contas não prejudicam a rede - enquanto tenta resolver a fome das elites por mais megabits de tráfego de dados.
A Anatel não caiu nessa conversa. Em evento em São Paulo, a conselheira da agência Emília Ribeiro disse para quem quisesse ouvir que a rede da Telefônica opera acima da capacidade. “A rede do Speedy está saturada e, desse jeito, não poderia ser oferecido nem de graça”, disse a conselheira, usando um vocabulário que não deixa dúvidas sobre a irritação da agência com o serviço.
As elites podem ter muitas responsabilidades, mas certamente não têm culpa de usar os megabits por segundo que contrataram. A própria Telefônica, aliás, usou como marketing durante muito tempo o argumento de que o Speedy não impõe nenhuma franquia de downloads.
A responsabilidade, nesse caso, é da própria Telefônica. E da Anatel, que deixou um serviço que ela regula chegar ao ponto de “não poder ser oferecido nem de graça”, como afirma a própria conselheira da agência.
Felipe Zmoginski - http://info.abril.com.br/blog/baixadefinicao/20090630_listar.shtml?177660
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